Tremem com um talvez que ecoa entre eles enquanto perto dos outros lábios. O suspiro desmedido que arranha a nuca arrepia. As palavras que fazem oferenda ao pé do ouvido E reverbera pelo resto do corpo, Gastando desejo em transpiração. A direção dos olhos, que à essa altura já se perdem, Permanecem fechados pra só sentir. As mãos, que não se guardam mais, agora caminham. E nesse meio tempo infinito a paciência se esquece. Cansa no descompasso de conter a vontade Que quase desconhece o controle E se escuta reclamar o silêncio absurdo que pede Que as bocas não se aguentem mais de uma vez... E agora que some a pequena distância entre elas
Línguas se encontram.
Aí ninguem mais sabe o tempo que dura até que não se encontrem mais.
Sei que o desenho nada tem a ver com o texto, mas os dois surgiram na cabeça de uma vez só, então fica um do outro assim mesmo.